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Foto do escritorCintia Suplicy

Chief Happiness Officer: Modismo ou veio para ficar?

Estamos passando por um momento delicado e se tornou mais do que urgente o olhar genuíno para o colaborador. Não há mais como adotar medidas paleativas para promover um ambiente de bem-estar e com melhores condições de trabalho.

Não existe vida profissional separada da vida pessoal. Ambientes profissionais tóxicos interferem diretamente em um ambiente pessoal tóxico e vice-versa, o que já se sabe há muito tempo.

Programas de qualidade de vida, prevenção de doenças e acidentes de trabalho, Mindfulness, Salas de Descompressão, Ludicidade, todas estas medidas têm valor, mas baixo impacto no engajamento e em resultados efetivos para a empresa e para o colaborador, se adotadas isoladamente.

É preciso entender que precisamos nos preocupar com algo muito maior, com um olhar sustentável, sistêmico e compassivo, que vai além de um treinamento de líderes ou programas isolados para promover a saúde mental do colaborador.

É preciso pensar em uma mudança cultural, que de fato gere resultados e impacto não somente no colaborador, mas também em todos os stakeholders envolvidos. As empresas precisam ser menos individualistas e pensar as suas ações de forma mais consciente e sustentável.

Fomos criados para competir, para sermos melhores que os outros. E esta cultura presente na sociedade inunda as empresas de pessoas tóxicas, de aumento dos níveis depressão, ansiedade e estresse.

Daí emergem diversas iniciativas e selos que surgem para lidar não somente com este novo cenário, mas com algo mais abrangente, como ESG, Capitalismo Consciente, Humanizadas e Sistema B. Iniciativas que possuem ações voltadas para este olhar mais amplo e humanizado. Empresas conscientes, preocupadas com o meio-ambiente, com a saúde e bem-estar não somente do colaborador, mas também de todo seu entorno, norteadas por um propósito maior. Muito mais do que ser uma empresa que aposta em branding para ter uma imagem positiva no mercado, são empresas que se comprometem de fato em mudar o mundo.

Mas onde entra o Chief Happiness Officer? O Chief Happiness Officer vem para sustentar as ações que se encarregam do bem-estar e felicidade da empresa e do colaborador. Este termo surgiu oficialmente no Vale do Silício, mas já vem sendo trabalhado na Europa há 15 anos. Não necessariamente é um cargo exclusivo do RH das empresas. Ele pode ser assumido por líderes, CEOs, gestores em geral, que se encarreguem por fazer acontecer e sustentar as ações dentro da empresa.

Esta pessoa é capaz de desenhar ações para a construção de uma cultura de felicidade, cuidando para que a felicidade e bem-estar ocupem um papel estratégico na empresa.

Para que as coisas aconteçam, é necessário medir resultados, engajar lideranças e promover a sustentabilidade.

É ou não modismo? Vou te dizer que depende. A preocupação com o bem-estar não é modismo. O tema felicidade no trabalho não é modismo. A Felicidade é coisa séria. As empresas precisam despertar para isso. Diversos estudos científicos apontam que pessoas mais felizes são mais produtivas, engajadas e trazem mais resultados. Mas vai muito além dos resultados que as pessoas podem trazer para as empresas. Trata-se de contribuir para uma mudança de Zeitgeist. Uma nova era está surgindo. A era da Liderança consciente e autêntica, das empresas com propósito, da preocupação coletiva em tornar o mundo um lugar melhor para se viver. As empresas são apenas os veículos para isso.

Se o foco, mais uma vez, estiver apenas nos resultados que as pessoas podem trazer para as empresas, podemos considerar um modismo. De nada adianta terapia online, sala de descompressão, ginástica laboral, festas de confraternização, treinamentos de felicidade, se as conexões estão enfraquecidas, se a empatia não acontece, se não há segurança psicológica e preocupação genuína com as pessoas.

Se formos pensar em uma mudança de paradigma, sim. A função de CHO ou Designer de Organizações Positivas (termo adotado por nós, da Wiegrow e Simbolicah), veio para ficar. Não importa o termo que se utilize, mas o impacto que as empresas serão capazes de gerar no mundo.



Cintia Suplicy

Psicóloga, Designer de Organizações Positivas, co-fundadora da Wiegrow.

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